JANEIRO

Desde já, lamento
pelos trabalhos e cursos que não foram feitos
pelas luas não visitadas
pelos sorrisos que não foram
pelos beijos, pelos cheiros, pelas conversas
descobertas na sintonia do nós
Saudade do que não foi
na potencial possibilidade

E, rasteiramente, me responde
- Por que blefa? Por que finge mistério?
Nem sequer pressente que o sol se põe
e a lua se esconde
Porque tão sublimes coisas do alto
não se perdem
Blefa você, meu amado
que brinca com um jogo danado
Que abre as asas do pavão
enquanto sabe observado
Sem apreço pelo observador

Essas palavras que saem assim
num repente
de diversas formas foram ditas
incessantemente
Fica, portanto, eternizado nestes versos
o eterno amor, que regado ou não
atravessa séculos
rompe o silêncio
desafia tolos
faz-se presente ensinando valores
e se despedindo busca outros montes

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