MOÇO

Te explico a confusão

Deduzi que pelo nada que sabes de mim

Assim também é ti

O que falo está distante do que sinto

Que é justamente o oposto do que fiz


O novelo enrolado

Perdido neste emaranhado

O início de tudo 

A ponta do Fio


E não fazes ideia

Das voltas que dei

Para parecer cada vez mais sem nexo

O que é claro e sincero


Numa noite carnavalesca

Sonhei com um beijo de chá

Para mim eterno

Dado num transporte 

Realizado pelos teus dedos

Dos teus lábios aos meus 


Depois de uma dose forte 

Que a vida me deu

Estava meio aturdida 

Mas descobri com um abraço teu

O autor do beijo

E conclui real


Teu carinho 

Sempre foi respeito

E mesmo assim agradeço

Porque também tive receio de algo além disso

Os motivos?

Não os faltam. São tolos todos eles

Ambos sabemos

Só lembro tua pergunta

Antes ansiar ou saciar?

Fugi da resposta, apesar de saber

Que a única possibilidade era viver

Ou então esquecer


Será que esqueci? E você?


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