MINHA MENINA

Primeiro ser que 
Deus emprestou-me
terei que prestar contas 
Tento fazer o melhor

Tarefa que arde os olhos
E dói no ventre
Ter que com o não
Ensinar limites

Como malabarista
Encontrar a justa medida
Que sabiamente enverga 
Sem castrar a alma

Cristo meu não faça
Por misericórdia imploro
Sentir a lágrima rubra
Que só sua mãe é forte 

Quanto orgulho
E sorriso largo
Contive triste
Para que fosse humilde

Poucas e eternas noites
Fingi ausência 
E lhe esperei dormir
Para dizer meu amor

Só quem é mãe sabe
E alguns pais também
O que é desaprovar
E em segredo infinitamente amar

Ser responsável por outra vida
Coadjuvante de uma obra divina
E na imperfeição que distancia
Tentar desempenho com maestria

Misericórdia Pai Porque Errei
E me salve de continuar errando
Porque ser mãe é tarefa árdua
E minha pequenez se descoberta

Dons com generosidade derramados
E com este ser me mostra
O amor incondicional
Que bem antes anunciava. 
 
Olhos espertos
Destemida também
Muito mais observadora
Porque a obra se aprimora

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