O AMOR

É ausência de uma presença
É uma pertença

É uma construção nossa
Enquanto o outro não a destruiu
Ou, se a destruiu
Prodigiosamente persiste

É uma posse mansa, pacífica, notória
sem objeção
Ou, aquela que assim se torna
cessada a posse injusta

Não é capacidade de causar
Ou, capacidade de sentir
É antes arrebatamento
A incapacidade de resistir

Racionalmente concentrados
sobressaltados por detalhes
por um emocional que infiltra
E provoca um sorriso

Uma benesse do alto
Um abrigo no escuro
Tão aleatório e sem porvir
Que nos resta sorvê-lo

Nenhum comentário:

Postar um comentário