ARREMATE

Não quero descobrir
Que você também
Tem medo

É o padrão atual humano?
O medo para mim é visita
O cuspo fora como a um trago amargo

Imploro que não mate a poesia
Pois ela não tem religião
É filha órfã, inúmeras vezes

Não posso fazê-la ressuscitar
Enquanto brasa molhada
Não tenho este poder, nem quero!

Ou talvez peço desculpas
Idealizei em você quem bem quis
A pessoa a quem busco sempre!

Imagino como fui egoísta
Nem percebi seu olhar de espanto
Eufórica em compartilhar com você
Meu cálice de idéias

Peço a Deus para que o barulho
Que fiz ao passar
Não tenha feito você acordar

Na verdade se pudesse velaria seu sono
Se realmente possuísse intuição
para prever tanto

Deixaria prolongar meu choro
Para que esta paz que sinto então
Fosse maior e pudesse lhe contagiar

Detesto o silêncio
pois é ausência
O que você não me diz
Pode ser medo
Do que não entenda

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