Que momento melhor pode ser para o poeta
Que o do coração ferido
Para compor em sintonia triste
Já que o amanhã não existe
Quando este velho coração
Que mesmo novo
Rasga velhas recordações
No desabafo de quem insiste
É de fato despedida
De algo que regou
Até a última medida
De exposição incontida
É o prenúncio de algo novo
Pois o poeta ao se despir
E gritar a berros loucos
Não mais insiste
Enterra o sentimento não sentido
Que diversas vezes foi doce
E voltou no amargo
De um desprezo torpe
Perder essa oportunidade
Que louco seria o poeta
Pois o sentimento amanhã é tolo
Mas a poesia escrita é manifesta
Gera eternos frutos
Do que se negou gerar
Quem sabe até inspiração
Para quem sabe amar
Qual o poeta que se desnuda
Sem o gosto de se dar
Com a sutil vingança
De que não mais o fará
De incompreensível
Torna-se claro e quisto
Pudera...
Não está mais lá
A sutileza é que atrai o poeta
Pois este verdadeiramente sabe amar
No silêncio do que não foi dito
Apenas a observar
Tolo, tolo, tolo
Não tu poeta!
Mas quem te chamou tolo
Por transbordar
Chega, depressa
Logo é amanhã
O poeta esvazia-se
Para voltar a brilhar
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